Sempre tem aquela pessoa próxima que quando você pergunta "O que aconteceu?", ela simplesmente responde "Nada." e te lança um sorriso torto meio forçado. O que eu faço quando isso acontece? Eu sento e fico lá, não me importando se a minha compania é desejável ou não ali. E sabe porque eu faço isso? Sempre quis que alguém ficasse do meu lado mesmo que "nada" estivesse acontecendo.

Não dói mais

Uma vez me perguntaram se ainda dói, e eu respondi que não, mas sejamos sinceros: a dor nunca parou, diminuiu ou cessou completamente, ela sempre esteve aqui e eu fui obrigada a me habituar com a sua presença. Ela ainda está aqui. Ainda me rasga por dentro, me corta, dilacera e mutila, tudo sem um pingo de delicadeza. Ainda coça e me causa agonia, como uma ferida quase cicatrizada. Tudo o que eu desejo é poder retirá-la de lá, mas sempre que o faço, me lembro que isso dói mais ainda e que deixa marcas horríveis e inapagáveis. E é disso que eu sou feita: de marcas e feridas que não cicatrizam e não irão sumir nunca. Marcas do meu passado e do meu presente que nunca me deixarão esquecer da minha história. Eu sou um emaranhado de problemas sem solução, sou uma ferida em que o sangue não estanca nunca, sou a marca de algo que não deixei cicatrizar. Sou uma história sem fim e sem começo, nem sei como consegui chegar até aqui.
E ainda dói, como se todo dia eu me rasgasse com uma navalha e aprofundasse mais ainda aquele ferimento. Um corte sem anestesia é como se fosse justamente um sedativo para a fuga da realidade. Dói como se a anestesia geral tivesse acabado no meio da cirurgia e eu conseguisse sobreviver. Internamente, não tenho mais jeito: fui completamente dilacerada e mutilada pelos sentimentos e pela realidade, que insistiam em fazer doer de qualquer jeito que fosse. Externamente, algumas cicatrizes e ferimentos em alto relevo da cor do meu sangue estão espalhados pelo corpo, nada que alguns meses não cure, mas eu sei que em breve estarão lá novamente.
Ainda dói e me dá agonia como se fosse uma fumante com uma crise de tosse: tanta fumaça nos pulmões que respirar por si só já doía. Eu poderia te dar mil e uma explicações do porque dói, poderia lhe falar todos os motivos que fazem e fizeram doer. Eu poderia dizer tudo, mas prefiro mentir e ser breve, dizendo apenas que não dói.

Você e ele

Você viaja com seus amigos pra uma cidade que fica a exatamente a 3 horas e 51 minutos de distância da sua. Você encontra outros amigos de fora e por culpa deles, você inesperadamente conhece um cara. Ele puxa assunto com você e vocês ficam conversando e rindo por uns 30 minutos. Ele tem que ir embora, você não quer que ele vá. Ele se despede com um simples tchau e você tem vontade de ir junto com ele. 30 segundos depois, ele volta e te dá um beijo e um abraço. Você nunca mais quer soltar ele, eu sei. Pensa nele o dia todo e quando acorda no dia seguinte, na sua cidade, já se conforma que nunca mais vai ver ele.
Você entra no msn e aquele tal amigo que fez vocês se conhecerem te passa o msn do tal cara que você pensou o dia e a noite toda. Vocês conversam o dia todo, mas você tem certeza que não vai durar por dois dias.
Um mês, você não sente falta dele, vocês não se falam todo dia, é como se fosse só mais um rolinho da internet que nunca dá certo.
Dois meses, ele te chama de amor todo dia e vocês fazem planos pra se ver.
Quase três meses, ele já te pediu em namoro, casamento, já fez planos para morarem juntos e te diz o que vocês fariam se morassem perto.
Você não acha que ele é perfeito e sempre nega quando dizem isso. Parece ser igual a todos, mas você sabe que ele é diferente. E aí você pensa: "Será que seria a mesma coisa se morássemos na mesma cidade?"... E você tem medo de pensar que a resposta pode ser não. Se antes você já queria sair da cidade, imagine agora... Você quer sair daí, levantar da cadeira, pegar uma mochila, algumas roupas e a chave de casa. Quer chegar até a rodoviária, pegar um ônibus e simplesmente ir embora. Nem que isso signifique um castigo perpétuo, é disso que você precisa: da adrenalina, da ansiedade, do medo e da segurança. Você precisa descarregar, e você sabe exatamente aonde pode fazer isso... Sair de casa nunca pareceu tão boa ideia.
Mas não basta simplesmente querer, você não pode sair deixando tudo para trás... Os estudos, a família, os amigos, sua vida. Eu sei que você não quer recomeçar do zero, ninguém quer! Mas parece que nada e ninguém é bom o suficiente se você não tem ele.
Você não sabe o que fazer, não é? Você não sabia que ia doer tanto... Pois é, eu também não!

Menos e mais

Eu queria saber se você cheira bem. Me esforço, mas não consigo me lembrar. Acho que naquele dia não prestei atenção nesses meros detalhes pois não sabia que estava conhecendo uma das pessoas mais importantes e especiais da minha vida.
Se eu soubesse da extrema importância que você teria em minha vida, aquele dia eu teria me preocupado mais em decorar você nos mínimos detalhes do que em me preocupar com o quão eu estava nervosa. Eu deveria ter ouvido mais a sua voz e aproveitado melhor o som da sua risada.
Eu deveria ter me preocupado menos, pra ter te aproveitado mais.

Bad Day

"Porque você teve um dia ruim. Você está se sentindo para baixo, você canta uma música triste apenas para mudar isso. Você diz que não sabe, você diz para mim "não minta", você força um sorriso e dá uma volta de carro. Você teve um dia ruim, a câmera não mente! Você está para baixo e na verdade não se importa, você teve um dia ruim... Você teve um dia ruim."

Acho que a música diz tudo... Eu tive um dia ruim por sua causa, eu tive um dia ruim porque você não estava lá quando eu precisei de alguém para abraçar. Tive um dia ruim porque você passou o dia no meu pensamento, mas não fisicamente ao meu lado. Tive um dia ruim porque quando eu quis falar com você, você não se encontrava.
Tenho tido dias ruins desde que a falta invadiu meu mundo e dominou tudo. A saudades comanda tudo por aqui: minhas ações, meus pensamentos, minha hora de dormir, até minhas notas no colégio. A saudades judia de mim e não tem piedade. Por isso eu tenho dias ruins.
Você me chamando de "amor" me faz ter um dia ruim. O seu jeito de dizer que eu estou linda me faz ter um dia ruim. O modo como você se empolga quando diz que vem me ver me faz ter um dia ruim. A maneira como você fala comigo, olha para mim, sorri para mim; como você me faz falta, como você me faz rir, me faz sentir amada, me faz pensar. O seu jeito, o meu jeito, o nosso jeito... Tudo me faz ter um dia ruim.
Se eu nunca tivesse te conhecido, eu não iria sentir sua falta, consequentemente, eu teria dias bons... Mas é óbvio, isso fica só na teoria... Talvez meus dias ruins sejam bons.
Você me faz ter dias ruins.

Tudo e nem tudo

Das 22:50 até as 23:20. Esse era o único horário em que eles podiam se falar. Quer dizer, eles podiam conversar a noite toda, mas ela tinha que acordar às seis horas da manhã todo dia. Não, eles não podiam conversar pela tarde, ela estudava em período integral. Não podiam conversar de noite pois ele tinha que ir para o curso, e as vezes, saia com amigos depois. Algumas vezes eles nem se falavam. Algumas vezes, a madrugada era a única opção, e isso afetava ela. Era horrível dormir apenas 4 horas por dia, mas não havia nada que ela não fizesse por ele. Ele lhe fazia bem, essa era a recompensa. Ele ligava nos horários de aula, ela nunca podia atender, mas queria mais que tudo poder ouvir sua voz de novo. Droga de distância, droga de 300 km, droga de 3 três horas e cinquenta minutos de viagem. Porque não podia ser mais perto?
Sentiam falta da presença, do calor, da voz, da respiração e até mesmo do silêncio. Sentiam falta um do outro e isso bastava. Palavras carinhosas ditas pelo telefone ou pela internet, ao invés de preencherem o vazio, só aumentavam. Aumentavam a necessidade e a falta, mas principalmente, a importância. Já não era mais possível sorrir de manhã sem ter falado com ele na noite passada. Era impossível largar todos os vícios sem o apoio dela. Ele precisava dela, ela precisava dele. Pareciam anos de convivência. Quem ouvia as histórias, quem via a alegria instantânea que surgia quando se falavam, podia ter certeza: Eles foram feitos um para o outro. Agora sim a frase "Nem toda distância é ausência" começava a fazer sentido.
Sabe... Talvez nem tudo esteja errado nesse mundo!

Lembrete para mim mesma.

Você não vê que isso está te fazendo mal? Você fica nervosa e começa a tremer toda vez que vai falar com ele. Isso já não parece mais paixão, parece um vício. É como uma droga... É até mesmo pior que a droga. Isso é como a falta dela, e você só vai ficar bem se consumir um pouco mais, se você se aproveitar até perder os sentidos e esquecer o que foi fazer ali. Isso te estraga, te corrói por dentro, mas por fora, faz você parece satisfeita. Você sabe que isso faz mal, mas mesmo assim, não consegue largar. Precisa disso para viver.
Na verdade, você sabe que não precisa, mas o medo de admitir e ver o mundo da maneira na qual a realidade e a solidão podem te bater a qualquer momento assusta um pouco.
O fato é que, não importa quantos riscos esse vício te ofereça a vida, você sabe que simplesmente não pode viver sem ele.

Você

Eu me lembro do dia em que nos conhecemos. O céu estava completamente nublado e uma chuva fina caia. Eu não conseguia parar de tremer, estava nervosa por ter conhecido alguém tão incrível como você. Dei a desculpa de que estava com frio, e você, talvez tentando ser gentil e engraçado ao mesmo tempo me ofereceu suas calças. Eu recusei e logo em seguida ri. Estava tão sem jeito que tudo o que você dizia me fazia rir. E ainda é assim, tudo o que você diz me faz sorrir. Você não conseguia parar de falar e de se movimentar. Eu nervosa não consigo falar, você nervoso não consegue parar. E a despedida? A parte da qual mais me recordo. Você se despediu duas vezes, e mesmo sorrindo, eu queria pedir pra você ficar mais um pouco, pra sempre. O modo como você fala comigo me faz crer que eu estou apaixonada. Eu queria você aqui agora. Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Eu acho que realmente gosto de você.

Conjunto

Eu sempre quis ter alguém para abraçar. Eu sempre quis me sentir querida, me sentir amada. Sempre quis uma amizade especial, diferente de todas as quais eu já estou acostumada, diferente de todas aquelas predominantes na minha vida. Eu queria ao menos uma vez ter um ombro no qual eu pudesse me apoiar e soltar todo o meu peso. No qual eu pudesse limpar minhas lágrimas nas piores horas. Queria ter uma boca que me desse os melhores conselhos, que me desse as piores broncas, que soubesse me distrair quando eu precisasse e que ao mesmo tempo, soubesse o momento certo de ficar sem silêncio, mas mesmo assim, marcando sua presença. Um par de ouvidos cairia bem, para que pudessem me ouvir toda vez que eu sentisse a necessidade de falar, de gritar. E para que conseguissem guardar a melodia de uma música para depois lembrar de mim. Eu precisava de braços quentes para me segurar toda vez que eu estiver prestes a cair. Mãos que me fizessem carinho, que me dessem segurança em um simples toque. Um colo confortável para os momentos depressivos e tristes, até mesmo para os momentos de cansaço. E além de tudo isso, eu queria defeitos, pois ao contrário do que muitos pensam, são eles que fazem as pessoas serem perfeitas do jeito que são, diferentes... Um conjunto que cada um pode interpretar de uma forma diferente, pode chamar de um modo diferente. Melhor amigo, namorado... O que importa é o jeito que te tratam, o que importa é o amor que lhe oferecem.

Imperfeito perfeito

Eu me esgotei, gastei todo o meu amor com quem não merecia. Eu achava que era ele, achava que era perfeito. Só achava... Com o tempo, ele se mostrou quem realmente era, e eu finalmente vi para quem eu dava meu amor todos os dias, vi para que eu olhava. Eu conheci, e não gostei. Acho que eu tinha me apaixonado pelo tipo que eu tinha criado... Eu tinha me apaixonado por quem eu queria, não por quem eu devia.
Agora parece que todo o amor se transformou em ódio. Não ódio assim por dizer, mas não é mais possível ficar na presença dele sem o ignorar. Não posso olhar para ele e fingir que nada aconteceu, porque aconteceu. Nós sabemos que aconteceu... Não posso dizer que nunca gostei dele, eu admiti isso, era visível. Eu não posso desmentir essa história... A minha história, a sua história, nossa história.
Eu achava que era tudo perfeito, agora tenho certeza que quanto mais perfeito, mais defeitos existem.
Eu quero um amor imperfeito!

Amar, Verbo Intransitivo.

Quem ama, ama, ou quem ama, ama alguma coisa de alguém? Amar é um verbo transitivo ou intransitivo? Para alguen é um objeto indireto, para outros, objeto direto. Pode ser complemento nominal, adjunto adverbial de intensidade, tempo, lugar. Adjunto adnominal, voz passiva ou ativa? Predicativo verbal ou nominal? É o sujeito oculto, inexistente, indterminado. É uma oração coordenada sindética, uma subordinada adjetiva, substantiva, adverbial... É possível analisar sintaticamente a palavra AMAR?

Precisar.

Ela tinha uma tática. Uma tática usada e conhecida por todos -ou quase todos- que um dia já quiseram sofrer em silêncio.
As lágrimas que caiam de seus olhos se misturavam com a água quente que saia do chuveiro. O som que fazia ao tentar conter as gotas de água que minavam de seus olhos se confundia com o som da água caindo no chão. O vapor tomava conta do ar.
Ela não sabia porque estava chorando, mas estava ali, colocando tudo para fora, da forma mais silenciosa e discreta que pôde encontrar.
Ela pediu tanto para isso acontecer, pediu tanto para se apaixonar... E quando aconteceu, oras, ela deveria estar feliz, não é? Ela deveria estar naquele mar de rosas que sempre sonhou. Deveria estar andando pelas nuvens, deveria ser capaz de sonhar e transformar tudo aquilo em realidade... Mas porque não estava?
Ela não sabia, ninguém sabia -ou ninguém havia lhe avisado- que amar é sinônimo de sofrer. Ao menos no início, quando se guarda tudo isso para si.
Alguém devia dizer a essa menina, que neste exato momento, aonde quer que esteja, ele também precisa dela.

Doença do amor

Os olhos que normalmente eram cor de mel, aquele dia estavam escuros e profundos. A pele estava pálida e entrava em contraste com o robe de seda branco que vestia. Seus olhos se irritavam com a luz do sol. Ela não gostava mais do calor. Ela parecia doente. Parou de se importar.
Seus pais estavam preocupados. A mãe perguntava o que acontecia e o pai tentava animá-la. Ela apenas ficava quieta e não expressava emoção alguma. Sua boca havia congelado em uma linha, havia tempo que não via motivos pra sorrir. Parou de falar.
Todos os amigos já tinham arrumado alguém pra chamar de "amor" e ela continuava sozinha. Parou de sentir e começou a mentir. Ela não queria ficar sozinha, mas ela estava. Esse era seu maior problema. Ela não entendia o porque, mas ela se procupava demais, isso devia assustar as pessoas. Até que ela conheceu alguém, mas ainda não se sabe se esse alguém já conheceu ela.
Ela está disposta a se apaixonar, e ele?

Distantes.

Antes eu via ele todo dia, e mesmo no silêncio, eu me sentia confortável. Eu não exigia nenhuma palavra dele e ele não exigia nenhuma palavra de mim. Agora estamos distantes, e o silêncio nos sufoca. Precisamos mais do que qualquer coisa ouvir algo um do outro. Precisamos mais do que tudo nos vermos novamente...

Sem explicação.

Porque quando seu melhor amigo tem que se afastar, o vazio é inexplicável.

Só uma ligação.

Aquela ligação tão esperada, foi ao mesmo tempo, a mais inesperada. Eu nunca achei que por meio de amigos, pudessemos enfim ouvir a voz um do outro.Eu achei que isso nunca ia acontecer.
Andamos afastados durante algum tempo, e peço desculpas, não foi minha intenção... Mas achei que deviamos nos conformar com a distância e acabei te deixando de lado por medo de me apegar, de acabar acreditando naquilo que não existia, de contruir fantasias em cima de um ponte velha que podia cair a qualquer momento. De deixei de lado por medo de te esquecer.
E aquela ligação me valeu o dia. Dois minutos e cinquenta segundos. Nunca imaginei que tantas emoções, sentimentos e reações pudessem se manifestar em tão pouco tempo. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer, nem em meus sonhos mais fantasiados e irreais.
Eu nunca imaginei que um dia eu teria um prova de que tudo isso é real.