27/10/2009

Escrever.

Escrever começou com uma necessidade de falar pra todo o mundo o que eu não queria falar para ninguém. Necessidade de falar do que eu não sabia, de argumentar sobre o que eu não entendia.
Hoje isso ainda é necessidade, mas necessidade de compartilhar o que eu sei, falar sobre o que eu passei. Hoje eu preciso disso, preciso escrever, preciso falar no silêncio, preciso aparecer sem fazer escândalo.
Eu preciso ser, mas ser o que?

22/10/2009

Era ele.

Eu sempre me preocupei em nunca deixar meus sentimentos a mostra. Sempre procurei impedir que vissem atráves de mim. Eu nunca gostei de deixar tudo explícito, na cara, logo ali em frente. Por outro lado, eu sempre conseguia ver através dos outros com clareza, eu sempre consegui desvendar seus mistérios, mesmo estando eles sob uma máscara, escondidos. Eu sempre decifrava os enigmas, descobria os segredos. Acho que sempre fui boa em charadas psciológicas. Por um olhar, um ato, era fácil perceber...
Até que um dia eu percebi que ele sempre me confundia... Ele sempre foi o único que eu tentava e não conseguia. Foram várias tentativas frustadas até eu desistir e ver que só ele me via realmente.
A partir daquele dia, eu me preocupei em me esconder, não dos outros, mas dele.

17/10/2009

Entretanto...

Meu horóscopo diz que eu tenho tudo para ser feliz... Eu não estou feliz, eu não tenho você. Nunca imaginei que eu dependeria tanto assim de alguém. Você está sempre comigo, mas ao mesmo tempo, nunca esteve ao meu lado. Você sempre me ouve, mas mesmo assim, nunca me entendeu. Você sempre me olhou, mas nunca me viu. Você sempre conversou comigo, mas nunca disse algo realmente. Você cresceu, viveu comigo, mas nunca me disse que eu era importante... Eu achava tudo, mas você não dizia nada!

05/10/2009

Condenada.

E pra parar de pensar? Pra parar de pensar nos problemas, nas tristezas, no vazio, na solidão, na alegria, felicidade; Parar de pensar na vida, parar de pensar em você.
Meu mundo gira, gira, gira, e não para. Gira num movimento sincronizado com as batidas do meu coração. Gira num ritmo que me deixa perdida, confusa. Gira por você, gira em torno de você, apenas gira.
Me perco nas ruas pensando em você, e a cada passo, mais me vejo no caminho da perdição. Já imagino no fim, um beco sem saída. Lá não se entra, e nem se sai. Só eu ali permaneço, sentada, pensando que fui condenada, fui presa contra minha vontade. Eu tentei persistir, mas quanto mais eu me negava, mais passos em direção ao beco eram dados. Por rejeitar, acabei ali ficando.
Aquele lugar virou meu refúgio, um lugar só meu, onde nada podia me atormentar. Apenas meus pensamentos, meu sentimentos, que não se inquietavam, não se contentavam em ficarem calados. Eles queriam gritar, eles queriam falar mais alto que eu. E como sempre, eu rejeitei, eu ignorei. E quanto mais eu negava, quanto mais eu fingia não ouvir, mais eu me entregava.
Quanto mais eu me negava à essa paixão, mais eu me entregava a você. Foram horas, dias, semanas, em puro conflito, pura agonia, até que eu me rendi...
Mas mesmo com todo esse drama, será que ninguém percebeu que mundo estava de cabeça para baixo?