13/08/2010

Tudo e nem tudo

Das 22:50 até as 23:20. Esse era o único horário em que eles podiam se falar. Quer dizer, eles podiam conversar a noite toda, mas ela tinha que acordar às seis horas da manhã todo dia. Não, eles não podiam conversar pela tarde, ela estudava em período integral. Não podiam conversar de noite pois ele tinha que ir para o curso, e as vezes, saia com amigos depois. Algumas vezes eles nem se falavam. Algumas vezes, a madrugada era a única opção, e isso afetava ela. Era horrível dormir apenas 4 horas por dia, mas não havia nada que ela não fizesse por ele. Ele lhe fazia bem, essa era a recompensa. Ele ligava nos horários de aula, ela nunca podia atender, mas queria mais que tudo poder ouvir sua voz de novo. Droga de distância, droga de 300 km, droga de 3 três horas e cinquenta minutos de viagem. Porque não podia ser mais perto?
Sentiam falta da presença, do calor, da voz, da respiração e até mesmo do silêncio. Sentiam falta um do outro e isso bastava. Palavras carinhosas ditas pelo telefone ou pela internet, ao invés de preencherem o vazio, só aumentavam. Aumentavam a necessidade e a falta, mas principalmente, a importância. Já não era mais possível sorrir de manhã sem ter falado com ele na noite passada. Era impossível largar todos os vícios sem o apoio dela. Ele precisava dela, ela precisava dele. Pareciam anos de convivência. Quem ouvia as histórias, quem via a alegria instantânea que surgia quando se falavam, podia ter certeza: Eles foram feitos um para o outro. Agora sim a frase "Nem toda distância é ausência" começava a fazer sentido.
Sabe... Talvez nem tudo esteja errado nesse mundo!

05/08/2010

Lembrete para mim mesma.

Você não vê que isso está te fazendo mal? Você fica nervosa e começa a tremer toda vez que vai falar com ele. Isso já não parece mais paixão, parece um vício. É como uma droga... É até mesmo pior que a droga. Isso é como a falta dela, e você só vai ficar bem se consumir um pouco mais, se você se aproveitar até perder os sentidos e esquecer o que foi fazer ali. Isso te estraga, te corrói por dentro, mas por fora, faz você parece satisfeita. Você sabe que isso faz mal, mas mesmo assim, não consegue largar. Precisa disso para viver.
Na verdade, você sabe que não precisa, mas o medo de admitir e ver o mundo da maneira na qual a realidade e a solidão podem te bater a qualquer momento assusta um pouco.
O fato é que, não importa quantos riscos esse vício te ofereça a vida, você sabe que simplesmente não pode viver sem ele.